28.9.09

Sobre chá e torradas

É incrível como apenas um erro pode abalar tantas pessoas. É incrível como a gente pode perder tantas coisas importantes com apenas um momento de loucura. Mas acontece e tudo que temos que fazer é aceitar e pagar de bom grado. E por mais alto que seja o preço do erro cometido, ainda é pouco, mesmo porquê, nós somos responsáveis por tudo que fazemos.
Minha mãe disse para mim uma vez, que tem certas dores que nunca deixamos de sentir, que todo o tempo do mundo pode passar e a gente consegue até esquecer mas, quando lembramos dela não conseguimos deixar de sentir de novo a mesma dor... como se tivesse acabado de acontecer. E agora eu sei bem disto.
É muito difícil manter o equilíbrio quando há dor, perdemos a serenidade e pensamentos inundam nossa mente, fica tudo tão rápido, cheio e confuso. E é nessas horas que procuramos nosso porto, eu ainda tenho a minha mãe e aos meus irmãos e só a eles mesmo, porque também já perdi muitos amigos que simplesmente sumiram nos piores momentos da minha vida. Mas ainda me acho sortuda, fico a pensar em quem nem isso tem, fica nadando querendo atracar mas sem ter onde, flutuando mar afora.
Um irmão e amigo espiritual um certo dia me disse "Nada neste mundo vale nossos desespero" e é verdade, o preço das coisas erradas aumentam quando perdemos nossa serenidade, nossa sanidade. E é só com ela que adquirimos consciência sobre nós mesmo, ganhando a capacidade de julgar a nós mesmo e então agir e maneira correta.
Tudo é uma questão de calma e sinceridade. Só precisamos respirar, inspirar, expirar! Tudo acaba se resolvendo, de uma forma ou de outra. E tudo se fecha, nada no mundo fica inacabado, nada, mas cedo ou mais tarde as coisas voltam para cobrar seu preço.
Tudo deve seguir seu rumo sem interferências como uma sinfonia agridoce.
E assim sigo, calma e em paz. Leve como quem não deve mais nada a ninguém, feliz por agora ser repleta de verdade, tranquila a comer torradas com chá num fim de tarde de pagamento de contas.

23.9.09

Fones de ouvido

“Não se vence os sentimentos pela demora; se vence pelo esgotamento das sensações, quando já não mais desejamos provar, do caju doce, ou da doce desgraça”.
Henrique de Shivas
Eu desejo tudo isto
Isto que toco, isto que provo
Eu desejo toda essa dança
Frenética de lábios e corpos
Mantenho a placidez
E rastejo no desconhecido
De unhas e poros
As vezes tudo aprovo
As vezes nada me apropria
*
Vivo sempre pelo meio
Em cima de trilhos
Entre verdades e sonhos
Entre facadas e seios
Entre pais e filhos
*
Eu já andei por estas terras
E já conheci todas as pessoas
Já provei de todos os gostos
Cores, ardores, amores, rostos
Nada me surpreende
Nada mais me assusta
E me sinto velha demais
Velha menina murcha
Para dispensar um pouco de paz
***
Desejo mesmo é subir bem alto, deitar em algum lugar calmo com meus fones de ouvido e nua, curtir uma música jovial.


14.9.09

Ligações alheias

Considerando o fato que adoro cúmplices, vivo a falar da minha própria vida de uma forma ou de outra. Minha rotina virou uma poesia cotidiana de melô um tanto monótono. Me peguei no telefone ontem, detalhando fatos que deveriam ser implícitos para quem não interessa dizer agora. Enfim, fiquei a pensar que talvez um outro jeito de falar fosse melhor para descrever a minha eterna série de "passa o lencinho que quero chorar" ou "cala a boca e abaixa a bermuda" ou tantas outras que não interessa citar aqui.
Para quem me conhece de outros blogs sabem que nem sempre escrevo assim. Aí veio a questão. Ou melhor o desejo de opiniões...e aí vai:
1) Se você prefere poemas, poesias e prosas... disque 1
2) Se você acha bom do jeito que tá sem mudar nada... disque 2
3) Se você acha que o legal mesmo é misturar tudo... dique 3
4) Mas se você acha que o melhor é deixar fluir não importando o que vir ... dique 4
5) Todavia, se você acha que tenho que parar de encher a vossa santíssima paciência e começar a postar coisas mais decentes não importando a categoria... disque 5.
6) Contudo se você acha que devo sair da net e procurar o que fazer... bem você tem toda razão.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
beijos

12.9.09

Evidentemente que sim

Pois então, é verdade, nada mais óbvio do que eu e minha vidinha. Estava a perceber tamanha clareza do que sou. A mesma, igual a todo mundo...e eu que me achava diferente.
Huhauahuahauahuahau (of course que não! risos irônicos)
Não, a verdade é que (quase) nunca consigo fugir dos almoços em família, apesar de tentar desesperadamente, assim como alces fogem de leões famintos. Sim, lá vou eu, novamente. E como filha ausente que sou, lá vou eu com um presentinho na mão e uma cara de bunda sem graça daquelas que sorri querendo não está ali. E então...tchan tcha tchan tchan! Simmmmm, os velhos e tão atuais comentários demoraram a chegar mas finalmente chegaram.
Na mesa com a minha “casta” e amável família, da qual não carecia apresentações da “caçulinha”, escutei: “mas já ta ficando velha essa menina! Ainda não casou não, nem quer? É… trabalha demais. Imagine, não quer filhos. Vive sozinha, a pobre, cheia de gatos. Nem medo de fantasma tem!”.
E é evidente que eles não precisam de respostas. Nem mesmo a minha súplica desesperada desejando reverter a situação com um "mas eu tenho medo de fantasmas sim". Pobre de mim, de tão óbvia que sou. Tão esteriotipada que sou, a mulher dos gatos. C'est la vie!
Ah! Me deixem. E é por isso mesmo que recuso os seus desafios, dou de ombros e continuo a trabalhar muito, a comer além da sensação do suficiente, a desfrutar de pequenos porres noturnos, a ler Clariçe e ouvir Cazuza, a beber café como se bebe água, a dormir tarde e acordar cedo, a transar numa frequência invejável, a comprar 7belo, a dormir no buzu, a chorar no cinema, a sorrir por coisas idiotas, a encher o saco com tantas portas.
Tudo tão óbvio, não vê? Não consegue vê?
Me poupe! Estou velha demais para ensinar.
Estou cansada deste cabaré bordado de tantas convenções!

8.9.09

Sobre Lírios e organizações diversas


Hummmmmmmmmmm
Hoje eu limpei a casa.
Meio contra a minha vontade, mas limpei. Estava frio.
Pus os pés no chão, pus os pés e as mãos em água fria... mas limpa.
Limpei a casa. Minha bela casa branca e limpa.
Cheiro de lírios.
Cheiro de vida em ordem.
É o mesmo cheiro de lençóis limpos e assoalho brilhando.
Cheiro e cheio de delírios
Na segunda, tudo lustra
Na quarta, tudo opaca
Na sexta, o caos novamente.
Vida em ordem dura pouco!
E provavelmente...muito possívelmente
Na próxima segunda não haverá faxina!
Coisas de boa menina!


E ainda sonhei com alguém a me gritar "Vem cuidar, vem cuidar dos lírios!"
Como se eu tivesse tempo para jardinagem!
Ou para desafios diversos...
Huahuahauhauahauhauhauahauhau
Que meda!

4.9.09

Que seja doce

“Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo. Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante”.
Caio F. Abreu

Para continuar...que seja doce!