31.10.09

De tardinha

“Eu ficaria no esconderijo daquela moradia afastada de tudo,toda preparada para quando o amor chegasse à tardinha,abrindo o portão com seu lirismo natural”(João Gilberto Noll)

Pois é, engraçado como todos vivem a esperar o tal do Amor. Como se isto fosse a razão da vida, ou a emoção da vida. Todos se arrumam, se vestem e se pintam, se formulam em uma caixinha de agradáveis surpresas, prontos e atentos para quando o Amor aparecer na esquina. Mas são tantas esquinas! E maior ainda são os desamores, os desabores.

Então meus caros, digo-lhes que já não espero mas. Uma porque já não tenho tanto tempo para me debruçar sobre uma janela, de olhos abertos a qualquer movimento suspeito de amor. Por isso mesmo esta casa anda vazia, vazia de presença minha. Como sabem sou uma operária e não uma Rainha; e como tal vivo nas ruas, nas casas e matas...alheias e distantes de bocas vizinhas.

Outra porque, tal imagem não convence mas... li certa vez uma frase no livro “A Insustentável Leveza do Ser”, do Milan Kundera, que diz assim: “na frente estava a mentira inteligivel e atrás a incompreensível verdade”. Nada, nada mesmo é o que parece ser. E eu já cansei de achar que a cara do amor era só verdades. Kundera diz que nesse mundo tudo é perdoado por antecipação e tudo é, portanto, cinicamente permitido. Será?

Melhor mesmo é viver. esperar pra quê?

Beijos beijos e beijos

E aí está, o filme que assisti quase que comendo a tela do televisor. huahauahua

O filme em que o livro do Milan Kundera fez-se roteiro. Amo, amo amo!!!!

18.10.09

Porque você me dói


Sabe que o meu gostar por você
Chegou a ser amor,
Pois se eu me comovia vendo você,
Pois se eu acordava no meio da noite
Só pra ver você dormindo, meu Deus...
Como você me doía!
De vez em quando eu vou ficar esperando você
Numa tarde cinzenta de inverno,
Bem no meio duma praça,
Então os meus braços não vão ser suficientes
Para abraçar você
E a minha voz vai querer dizer tanta,
Mas tanta coisa que eu vou ficar calada
Um tempo enorme...Só olhando você,
Sem dizer nada só olhando e pensando:
Meu Deus, mas como você me dói
*
Caio Fernando Abreu
*
Caio não tem minha admiração. Caio tem minhas vísceras. Tem meu fígado. Tem minhas noites torturadas de insónia. Tem meu coração, quase sempre partido em pedaços tortos e doces, de batidas fracas como um código Morse longínquo decifrados em suas palavras.

6.10.09

Love

Mas toda santa vez...nós caímos nessa!
Quando cansaremos?
*
Fuck you!
*

4.10.09

Bruta geografia

Nunca fui boa em geografia. Ou se fui, creio que perdi toda minha capacidade de me encontrar em um determinado espaço. Sem falar-mos de distância então... me perco todinha! Faz tempo que me perdi, faz bastante tempo.
Não entendo, realmente. Talvez seja maluquice da minha cabeça, mas sempre me bateu a vontade de dormir em um lugar e como num passe de mágica, acordar em outro. Hum, não seria bom? Não seria bom se aquele controle remoto que está ao lado da tv, enquanto você está à três metros de distância, deitado no sofá de repente estivesse perto o basante para que você estendesse o braço e pegá-lo? Não seria legal ter aquela pessoa que está tão distante ao seu lado? Não seria bom se o espaço ou a distância se moldasse a gente e não oposto?
A geografia é bruta, meu coração nunca bateu por ela. Sempre sofri por ela.
É ...e você? Se pudesse estar em algum lugar com alguém agora, onde e quem seria?