28.3.10

Novas pequenas aquisições ou Águas de março


Março. Passou arrastado, como quem não quer ir embora, mas é obrigado. E por mas que se acumulasse coisas a fazer, por mas que dedicasse cada minuto a uma atividade, ainda assim, o tempo arrastava. Quase um milhão de anos por segundo. E por mas que se procurasse ar para respirar no meio de tantos acontecimentos, só se encontrava asfixia.
Sim, dedico apenas uma postagem a este mês. Pois este mês foi prático e não teórico. Este foi o mês das ruas, dos becos, dos trechos, dos córregos.
E o que dizer de um mês de tempo tão curto e arrastado? O que dizer de um mês que trouxe em si a própria oposição. O sim e o não. E tantos e tantos acontecimentos. E depois disso tudo, vocês ainda se admiram o porque que eu não apareci por aqui?
Então vou ser mais direta. O mês de março foi resumido (se é que se pode chamar isso de resumo) para mim como: três estágios, trabalho, monografia, preparativos para formatura, curso de especialização, gato doente, provas de violino, vacinas, febre e aquisição de dois sinais lindos no rosto. kkkkkkkk
Este mês, este mês dramático (hihi) foi cheio de emoções. Cheguei a conclusão de que meu limite físico é bem maior do que eu imaginava. descobri que o dia pode ter 48 horas. Descobri que as semanas se emendam. Descobri que consigo ficar acordada por muito mais tempo. Descobri que as ladeiras do alto de ondina são enormes e que nenhuma preparação física, mesmo que intensa, lhe prepara para elas. Descobri pessoas maravilhosas.
O mês se arrastava e eu me arrasava junto com ele, de cansaço, de exaustão. E cada vez que eu dizia que não aguentava mais, eu aguentava um pouco mais. Cada vez que meu limite chegava eu ainda tinha muito o que fazer e o ampliava para mais um pouco. Mas eu não conseguiria nada disso se não fosse pela alegria de todos os dias de março.
Eu realmente não conseguiria subir e descer as ladeiras do alto de ondina, se não tivesse aquela soverteria no meio para refrescar a garganta e ri as besteiras diárias uns dos outros. Não conseguiria chegar lá se não fosse os risos mudos de uma senhora que não fala há muito tempo. Se não fosse pelo carinho e gratidão de quem eu tocava. Eu realmente não teria a força para levantar cedo todos os dias, até nos fins de semana, rezando para um dia doce, se não fosse cada pessoa que passasse o dia comigo. Se não fosse cada paciente e amigos dos estágios, cada aluno do trabalho, cada nota de sol. Se não fosse o riso.
Por isso que eu sempre digo, enquanto eu tiver rindo, está tudo bem.
E cada dia que passou, passou cheio de dentes. Conheci gente que já me conhecia e foi bem estranho. Liguei para pessoa errada e foi bem interessante. Descobri uns verdades esquecidas e foi bem educativo. Joguei sudoku com desconheçidos no ônibus e fez passar o tempo do engarrafamento. Desfilei de frente para uma câmera e estava bem vermelha. Reclamei do sol escaldante e da chuva torrencial. Curti os raios e trovões. Tive uma sensação saudosa que não sabia o porquê, primeiro culpei o clima, depois descobri, mas fiz questão de esquecer de novo. Resolvi coisas importantes. Revi pessoas importantes. Ganhei um vestido de cetim e dois sinais no rosto - lindos (já falei isso?).
Pois é, mês entupido esse. Mês proveitoso. O medo é que ele ainda não acabou. E pelo visto, até no fim, ele me reservou, acontecimentos no mínimo interessantes.
O que me resta é rezar: que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce.
Mas, acima de tudo, foi um mês de lucro com minhas novas pequenas aquisições. Dois sinais lindos no rosto (sabiam?). kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk