24.12.09

Muitos presentes


Um Feliz Natal!!!!
E um Papai Noel generoso para todos...
huahauhauahuahau
Quer dizer...!!!
cof cof (risos irônicos)








Vocês se comportaram este ano????
Hã????? O que me dizem?
Se comportaram direitinho?
Fizeram a lição de casa, lavaram atrás da orelha?
E você chapeuzinho vermelho?
O que tem feito???
Oh Good!! Como sou besta!
kkkkkkkkkkk



Pensamento do dia: "Oh! O que terá para ceia?!"
Música do dia: (oh! não, não, não é um jingle)
É Mutantes!!!! huahauhau
Sí! porque estoy justo bailando para todos aquí! kkkkkkk
E viva las brujas!
Oh Dios, isto era para ser natal e não halloween! huahauhaua
(risos, muitos risos) Que seja!




** E o que não sai da boca: "El Justiciero cha, cha, cha… Que otra cosa puedo dar"

Dias perfeitos

"Sim, eu canto a vontade, canto o teu despertar e abraçando a saudade, canto o tempo a passar"


Aqui, falo sobre quem já vai hoje e só volta depois. Dias bem longos foram deixados em minhas mãos, assim como o gosto, os rastros de saliva pelo corpo, os cheiros, as fotos, os arranhões, a sensação do toque dos dedos, da boca, de uma pele na outra, foi deixado também, uma ponta de saudade, mesmo que não queiras. Mesmo que não queiras, pensas em mim.

23.12.09

Tempos Modernos ou Mentiras sinceras me interessam

Pois é, engraçado né?! Estes tempos! Tempos modernos. Tempos de muitos passos, muitas buzinas, muito asfalto. Tempos de pessoas que olham mais relógios que olhos. Tempos de celulares e computadores. Coisas modernas, coisas cheias de botõeszinhos, em que você pode falar com pessoas a quilômetros de distância. Todos ludibriados por conseguirem falar com pessoas tão distantes, mal percebem que perderam a capacidade de falar com quem está ao lado. São os tempos modernos. Muita tecnologia de ponta ao alcance de suas mãos, mas a sua pele, a sua pele já deixou de se arrepiar faz tempo. Tempos modernos! Tempos de pessoas que olham para frente, mas não olham pros lados. Cada um com suas "tapas", umas de florzinhas, outras da Hello Kitty... huahauahua! (imagine) Gente que perde pôr do sol, gente que perde a luz da lua, gente que prefere luminescente.
Aiai! Engraçado, não é?! Porque sentir saudade de alguém se você viveu anos e anos bem sem ela? Não tem lógica, não faz sentido, não é mesmo? Porque olhar o sol hoje se você passou dias sem vê-lo. Porque procurar um amor se você pode viver muito bem sem ele? Não tem lógica! Não é mesmo.
(risos soltos) Tempos modernos! Como é fácil se apaixonar por telas de computador hoje em dia. Como é fácil amar hoje em dia, amores frágeis, amores brutos, amores doentes, amores. Tão rápidos de ganhar quanto de perder, tão curtos, tão corruptos. Passa e rasga quem o sente. Ilusão, mentiras, o maior amor do mundo nas pontinhas dos dedos em teclas e botões. Gente estranha! Gente que casa querendo separar, gente que bate dizendo amar, gente que ama dizendo odiar, gente que odeia dizendo amar, gente bruta, gente educada, gente hipócrita, gente vazia, gente, gente, gente. Muita gente, poucas pessoas.
Tantas palavras que só ganham força quando vira palavrão. Tantos sentimentos que só tem valor quando se perde. Tantas atitudes que passam despercebidas no meio de tanta gente distraída. Tantas palavras, tantas palavras esquecidas. E outras, que nem deviam ser pronunciadas, deviam ser só experimentadas e aproveitadas, agora ganhando nomes, e cada nome que se perde até a vontade da sensação. Uma pena! Uma pena! Perdemos a capacidade de definir aquilo que deve nomear e aquilo que se deve apenas sentir. Perdemos a capacidade de falar.
Confusão! Estamos todos perdidos. Estamos todos mendigando por aí, um pedaço de chão e se não for pedir muito, um pouco iluminação.
Todos na onda do Cazuza, em que "raspas e restos interessam", assim como "mentiras sinceras". huahuahauhauahua Viramos os próprios ratos mergulhados em piscinas, mendigando farelos. "Com nossas metralhadoras cheias de mágoas, cansados de correr na direção contrária sem pódio de chegada ou beijo de namorada.”
Huahuahauhauahua. Sim, vocês estão certos, estou a beber e ouvir Cazuza. Ele é realmente incrível! Mas ainda que o escute e suas palavras entrem em meus ouvidos, ainda não consigo me convencer. Talvez seja porque, outra voz sai da minha cabeça e esta é de Shakespeare, gritando em meus ouvidos:
"construiria uma cabana de salgueiro à vossa porta e chamaria por vosso nome. Escreveria sonetos de louvor a Olívia e os cantaria nas horas mortas da noite. Vosso nome soaria por entre as colinas e eu faria o Eco, esse tagarela do espaço, repetir: Olívia, Olívia. Oh! Não poderíeis descansar entre os elementos da terra e do ar, mas teríeis piedade de mim.”

E depois disso tudo eu penso: Eu só quero isso!
Como? O que? O que eu quero?
huahauahua
Eu não quero nada para mim!

E para você que achou que aí vinha um clip do Cazuza, engano seu!

21.12.09

Não, isto não é um post. É uma vontade imensa de dançar!

Como? Eu sou contraditória?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mas é claro que sim!!!
Há várias de mim por aqui, me habitando!
Dançando em mim mesma.
Oh! Baby, dance comigo!




"Venha, venha, venha para meu mundo"

20.12.09

Direções trocadas

Sol! Hoje fez-se 34° de puro calor. Certo momento até se pensa que talvez, toda sua porção água já evaporou, viramos fumaça, viramos nuvem e com fé em Deus viraremos chuva em algum outro momento. O que sobrou... outros líquidos e fluidos, estes poucos durarão caso não caia logo a noite. E o sólido, este durará sim, mas seco, enrugado e desidratado, caso não chova e reponha nossos corpos de nós mesmos. Nós, sentados no meio fio, bebendo de nossas próprias almas... (Riso de gente louca) Isso que é auto-conhecimento.
E não adianta me pergunta se eu bati a cabeça hoje, não bati. Nem se eu bebi, sim eu bebi, mas não o suficiente, isso não vem ao caso. Não preciso destes meios para falar algumas loucuras. Isso me é intrínseco.
E hoje me deu uma vontade de falar sobre auto-conhecimento. Você se conhece? Eu? Eu me descubro todos os dias. E não só dos lençóis da minha cama, mas também, das coisas que vejo e faço. Creio que auto-conhecimento seja construção e desconstrução também, porque não? Acredito que todos os dias temos uma nova chance, uma nova oportunidade de se construir como pessoa, como ser humano.
Como se todas as nossas escolhas fosse montando, como um LEGO, aquilo que somos hoje e o que seremos amanhã. Não que a gente não possa tirar alguma peça, colocar outra, modificar alguma coisa. Sempre podemos mudar alguma coisa, mas a estrutura é a mesma. São nossos conceitos inabaláveis, a nossa moral, a nossa dignidade, a nossa história.
A nossa história! Houve uma época que desejei esquecer certas escolhas da minha história. Me imaginei dentro do filme "O brilho eterno de uma mente sem lembranças", em que eu pudesse ser colocada em uma máquina e esta sai apagando da minha memória todas as lembranças que eu tivesse selecionado anteriormente para sumir da minha história. huahauhau Muito louco isso.
Mas depois descobri que melhor seria ficar com elas e levar proveito disto. Afinal de contas, foram elas que me fizeram o que eu sou hoje. Bem melhor do que ontem, bem pior do que serei amanhã. Sim, ainda estou me construindo. Aprendendo com o que estou vivendo. Aprendendo muito, mesmo! Mas, ainda assim, continuo a mesma, a mesma Sam. Aquela que quase sempre se mela ao tomar sorvete, aquela que gosta de café, palavras e filmes. Aquela que nunca conseguiu viver pela metade. Se aperfeiçoando neste jogo incrível que é viver.
Creio que o passado tem uma ligação forte com o futuro, creio que sempre colheremos no futuro o que plantamos no passado. Mas acredito ainda mais que podemos começar a plantar outras sementes sempre que quiser-mos e mudar nossa colheita. Mudar as estradas, os caminhos, os afetos, as estrelas.
Mudar... sem se perder, é claro!
Mas enfimmm, como dizia Caio F.,: “escrevendo, eu falo pra caralho, não é?” .
huahauhauhuahauhauahua
Chega por hoje. beijossssssssssssss
E fica aí uma música linda, com imagens de um dos filmes mais brilhantes que já assisti: "O brilho eterno de uma mente sem lembranças"


17.12.09

Feliz

Depois de semanas sem meu computador em casa, por motivos técnicos (sim, ele quebrou), eu só posso dizer que estou muito, muuuuuito feliz!!!!! Olha o tamanho do meu riso!!!
Ahhh! E graças a Deus que posso dizer que este riso não é só por isso!

PISTA:

6.12.09

O meu coração é o sol

Bicho sozinho, bicho do mato, bicho selvagem é o que sou. Daqueles que correm quando farejam perigo, daqueles que se entocam, que se escondem fugindo de olhares fotográficos. Mas, bicho solto, que corre com vento, que se entrega ao mundo nos passos do tempo. Daqueles que dormem embaixo de árvores e cheiram a fragrância da natureza viva em suas veias. Vivendo organicamente, intuitivamente, passo a passo apenas por instinto.
Mas... acordo na segunda feira e entre escovar os dentes e os cabelos, meu espelho corrompe minha imagem selvagem, perdida no asfalto dos dias anteriores. Instinto perdido, não sei mas o que é perigo, me escondendo todo tempo. Bicho do mato, desconfiado, olhando para todos os lados, todos os ângulos e argumentos.
Mas um passarinho me disse "o encontro vem não por meio daqueles que nos tornam tão ou mais selvagens, mas, dos que nos aquietam e amansam, assim mesmo, em nossa forma mais primitiva".

Nem domesticar, nem disciplinar, apenas me embale!

5.12.09

Clave de Sol


Oh! Tem de Mim
Pois vai
O Sol que já foste meu
E agora, já pôs
Fervendo o mar em Sí menor
Acordando a lua em Dó Maior
*
Acordes lua
Acordes
Pra que lhe serve o sono?
não dormes, só vira e vira
Em sua cama bordada de das
Vem a Mim, nem que por um semibreve instante
*
z renascer o brilho perdido de Mim
Do Sol que partiu, sem ao menos me dar
Uma semimínima chance
Quantos tempos esperarei?
Quantos pentagramas viverei... sem tí?

Ou então dormes
Dormes em sono profundo
Quem sabe até em fermata
E assim, logo voltará o Sol
A iluminar meus compassos
E meus passos de fusas por aí

z de Mim, em
Paixão, tumulto, barulho
Explosão, z Mi virar
E nascer em melodia
E notas espalhadas pelo chão

minto
Só Fome z Isso; Só fome, insisto
Fome de te em Mim
E só assim, e só em Mim Sinto
Mí Ré Fázer, enfim

De luz
De , de cá, bem perto
De certo
Fá Lá de Mim, por aí
Por Lá, onde Mi Fáz bemol

Espero ansiosa
Minha grade, minha clave de Sol!
***
Sam


Sim
, foi hoje o meu primeiro concerto! ^^
Feliz! Beijos e beijos

(O vídeo, não gente, não sou eu! hehe
Mas quem sabe um dia, hem!?)
Adoro! Ela cai mas não perde a pose! hehe


4.12.09

Murmúrios úmidos

Toco a tua boca. Com um dedo, toco a borda da tua boca, desenhando-a como se saísse da minha mão, como se a tua boca se entreabrisse pela primeira vez, e basta-me fechar os olhos para tudo desfazer e começar de novo, faço nascer outra vez a boca que desejo, a boca que a minha mão define e desenha na tua cara, uma boca escolhida entre todas as bocas, escolhida por mim com soberana liberdade para desenhá-la com a minha mão na tua cara e que, por um acaso que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca, que sorri por baixo da que a minha mão te desenha. Olhas-me, de perto me olhas, cada vez mais de perto, e então brincamos aos ciclopes, olhando-nos cada vez mais de perto. Os olhos agigantam-se, aproximam-se entre si, sobrepõem-se, e os ciclopes olham-se, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam sem vontade, mordendo-se com os lábios, quase não apoiando a língua nos dentes, brincando nos seus espaços onde um ar pesado vai e vem com um perfume velho e um silêncio. Então as minhas mãos tentam fundir-se no teu cabelo, acariciar lentamente as profundezas do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de uma fragrância obscura. E se nos mordemos a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do fôlego, essa morte instantânea é bela. E há apenas uma saliva e apenas um sabor a fruta madura, e eu sinto-te tremer em mim como a lua na água.
Julio Cortázar, O Jogo da Amarelinha

Porque, as vezes, tudo que se precisa é de um beijo!

2.12.09

Sendo vista

Hoje eu li isso aí na rua. De início ri, depois fechei os olhos para respirar o amor. Fiquei a pensar na veracidade da frase. Incrível pensamento, sempre me fascinei pela capacidade do amor alterar e definir nossas vidas. Foi Shakespeare quem disse "o amor é cego", hoje sei que isso é verdade. Pessoalmente, acho que nunca experimentei plenamente um amor, mas acho que ele deve ter experimentado. Mesmo assim, o amor sempre foi um sentimento importante na minha vida. Sempre amei profundamente, sempre desejei um amor compartilhado. Mas acabei achando por fim, que sempre li demais e que quando os livros se fecham... nada daquilo existe!
Meus tempos não permitem amores profundos, meus tempos não permanecem, apenas ficam, apenas passam. E de tempos em tempos vem um querendo ensinar o que é amar, como se eu não soubesse. Vem dizendo que amar é bonito e quem confunde amor com dor é mal amado. Mal sabe que é justamente esse o problema, é justamente esta a questão abordada, amar não dói, o que dói é falta dele. O que dói é amar sozinho, é amar sem ser correspondido, amaldiçoados pelos amados, mal amados, rejeitados, feridos, enganados, traídos e apunhala-dos, deficiente sem direito a estacionamento livre. O que dói é saber que está se perdendo por medo.
Eu mesma me perco quase todos os dias. Alguns até me confundem, outros descobrem que não sou eu que me apresento. (risos) Eu e meu pequeno casulo, minha querida muralha. Meus soldadinhos de chumbo, minhas navalhas.
As vezes, desejo até ser aproveitada por fora, como quem se contenta com a cobertura. As vezes imploro para que não me veja, para que não me enxergue, para que não entre, pouco menos enfie suas unhas dentro de mim. Esquecer o que penso, ou acho, aproveitar mais o momento. Não por eu querer um relacionamento superficial, longe disto, mas por estar cansada de falar, por estar demasiada aflita ao me abrir. Me abrir, me entregar são coisas tão perigosas, deixa a gente exposto a injúrias diversas. Mas no fundo, tudo perde a cor assim, tudo morna.
E deve ser justamente por isso que as vezes desejo o oposto, desejo que me leia, que me enxergue, que me veja, que descubra que não sou tão fria assim. Que no meio de tanto bagulho guardado no peito, ainda existe algo que pulsa vivo. Enxergue que a pausa não é do "não afeto" e sim da desconfiança do merecimento. Descubra que existe um caminho para diminuir o espaço do abraço. Descubra que a verdade não está nos olhos que temem ser descobertos em vacilo, e sim nos beijos que são desejos relatados.
Que culpa tenho de que meu corpo é de mais fácil acesso que minha mente.?! Que culpa tenho ser gata escaldada?! Que culpa tenho?! Ser vista ou ser descartada. Nenhuma delas tem fim na união.
Que culpa tens?! Nenhuma! Nenhuma!
Alias, foi Shakespeare que disse, também: "Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor."


Mas no fundinho confesso, "acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus”. Adoro essa frase.

*****

A quem ele enxerga
Sou eu ou a minha imagem?
Sou eu ou a minha margem?
A casca ou a polpa?
A pele ou o poro?
A mosca ou a sopa?
O que sou ou que mostro?
A velha ou a nova?
Quem sabe a moça!
Quem sabe a morta?
A morte?
Azar ou sorte
O que eu mostro?
O que eu não mostro?
Cadê o espelho?
Cadê o abraço e o beijo?
Ele tem toda razão
E então
Ponto

FALANDO EM AMOR:

Aí vai duas definições que adoro:


"- Então Charlie Brown o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor"



(e a mais linda do filme mais perfeito de todos)

1.12.09

Grão

"Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão" Gil


Enfim, lembrei até de uma frase de Chico:
E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer. A memória é uma vasta ferida“.

Mas para os que querem recordar, aí vai uma brecha: fechadura
*****
E falando em Chico E em amor E em dor, só um coisa vem em minha cabeça.
É abril e é despedaçado (e não só por isso).

29.11.09

Assalto ortográfico


QUASE fui assaltada hoje. No mesmo lugar em que QUASE já fui assaltada outras duas vezes. O lugar é perigoso sim, mas se tornou imprescindível eu passar por ali. Fato é que tomo cuidados "paliativos" (riso técnico hihi) para que nada aconteça, mas dentre anos sempre acontece alguma vez. E hoje, curiosamente, foi uma delas.
Confesso, realmente, eu relaxei. Logo hoje, que acordei de uma noite mal dormida, de sonhos tão turbulentos, não olhei, não vi, nada além de escada. Acordei com tantos pensamentos que em todo caminho só olhava para dentro de mim mesma, o que estava fora... somente passava.
Distraída que sou não vi, pior, nem percebi aquele estranho. Na direção oposta.
E deve ter sido por isso também, as dezenas de pensamentos contidas em mim, que não ouvi a primeira coisa que ele me disse. Desconfio, sim, penso que talvez fosse "passe o celular" ou "passe a carteira", algo tipo, são sempre tão iguais. criatividade que é bom, nada. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a segunda parte, que ouvi mas não acreditei.
E então ele falou que era para eu dar alguma coisa a ele se não ele iria encher a minha cara de bala linda. Não, não escrevi errado, ele falou assim mesmo "ou vou encher sua cara de bala linda", isso tudo sem virgula, sem concordância, sem nada, nem entonação tinha. E foi isso que piorou tudo, porque não me contive e fiquei olhando para ele e pensando no que ele disse, nas possíveis interpretações.
Ou ele achava minha cara linda e iria enchê-la de bala, ou minha cara ficaria linda depois dele tê-la enchido de bala ou ainda e a mais provável que ele iria encher minha cara de belas balas, se é que existe isso, para mim bala é tudo fatalmente igual. O engraçado de tudo isso é que, apesar de tudo ter acontecido muito rápido, eu devo ter feito uma bela cara interrogativa. Se fosse desenho animado talvez tivesse até subido interrogações em cima da minha cabeça. E eu creio, que ele deve ter percebido porque nestes poucos segundos que fiquei tentando decifrá-lo notei a tentativa dele em repetir o discurso. Mas foi em vão, um homem vinha vindo por trás dele e ele desistira de encher minha bela cara de balas, sim, porque é claro que decidi interpretar como um elogio.
Fato é que depois de tudo fiquei a pensar: Nossa, até para assaltar devemos ter o mínimo de gramática! Dá próxima vez que me esbarrar com ele eu vou dizer "Vá aprender português antes de vir me assaltar" ou "Vá aprender português antes de assaltar pessoas que pensam demais".
Pensar é um vício, sem fim. Ele cicla e vai se renovando. Após o assalto, o ônibus que tive que correr para pegar. E ai mais pensamentos "se eu não tivesse pensado tanto no assalto, talvez tivesse dado tempo de pegar o ônibus e não ter que ficar pensando em meus joelhos".
Afe! São tantos pensamentos!

*****
Aí está, o único assalto aceitável. hehe
Um lindo filme, um lindo roubo.
Adoro!!!!!

26.11.09

Conversas com Rochas ou A arte de não saber quem se é


E o conhecido a encarou e disse: “sinto muito, mas, às vezes, não te reconheço”

Profundamente aliviada ela respondeu: “nem eu”.

Finalmente alguém a entendia.

25.11.09

Dias de sol


Que me perdoem os dias de sol, mas não estou adaptada a vida solar. Muita luz sempre me deu agonia nos olhos, me doem as vistas e me cegam para as pistas que ando a procurar. E outra que muita luz sempre me fez pensar em clareza de raciocínio, em palavras abertas e segredos contados. Não, não tenho nada contra a sinceridade, nada mesmo. Mas existem palavras e segredos que melhor mesmo é se manter no escuro, existem coisas que nada é tão apropriado quanto um breu. Além de existirem alguns raciocínios que são feitos para ficarem obscuros. Daqueles que você pode dar dezenas de possibilidades para explicá-los, e então você adapta para o que melhor lhe convir no momento. Estes sim me abrem os olhos e o sorriso, é claro. (risos)

Ou seja, resumindo a ópera, a escuridão lembra a noite que lembra os amores, ou melhor, os amantes, os que amam, juntos ou sozinhos, os que sofrem, os que lutam e os que dormem, os que declamam poesias e também os solteiros inveterados que amam a casualidade, mas também os que amam e se entregam, lembra os pecados. Ah! Os pecados! Me lembro como hoje meu primeiro pecado, meu primeiro beijo. (nossa eu já fui cada um destes!)
Meu primeiro beijo, digo-lhes, foi em minha sobrinha. Eu devia ter uns 11 anos e ela uns 7. Calma, não tenho tendências a pedofilia, meninas de onze anos, na minha época, ainda eram crianças, brincavam de boneca e tinham cabeçinhas ingênuas tanto quanto as de sete. E assim foi, como uma brincadeira, sem a menor intenção de invocar o pecado da luxúria. Enfim, foi algo ingênuo sem muita noção do que estava sendo feito. Contudo, pecar não é constrangimento para ninguém, mas explicar o pecado... ah sim! este leva a muitos constrangimentos (Como diaria meu caro Fabrício Carpinejar). E foi justamente o dia que eu expliquei (e não o dia que pequei) que me fez conhecer o duro significado do pecado. O qual ouvia sofridamente na voz de minha mãe que me citava a bíblia.
É claro que a ideia de ir para o inferno não é assim uma coisa muito agradável de se pensar, principalmente quando se é criança. E pensando bem, deve ser por isso que só voltei a beijar uns sete anos depois...tá, cinco anos depois. Fato, é que hoje em dia fico a me questionar, qual mal de duas crianças se beijarem, não havia pudor, nem sexo (gênero), nem pecado, havia curiosidade de criança, aquelas que todos os filósofos admira e recomenda, mesmo depois de adulto.
Mas sabe, hoje em dia pouco sofro com isso. Não que eu não peque, mas simplesmente não me arrependo. A não ser que tenha prejudicado alguém, fora isso, até que aproveito muito deles. Do tipo que "sem a nada nem a ninguém prejudicar, faço o que desejar". Os pecados capitais mesmo, tem alguns que faço questão de praticar diariamente. Talvez fique constrangida um dia ao contar, fora isso, não sou eu que vou carregar correntes.
Não me culpo por não atender o desejo dos outros, não me culpo por atender o desejo dos outros (risos). Não me culpo por não me enquadrar, não me culpo por não concordar, não me culpo pelos meus passos de tango enquanto todos dançam valsa (odeio valsa). Não me culpo por ser quem eu sou. Me sentiria culpada talvez se eu fingisse que não os tenho comigo, todos eles, todos os pecados, hora um hora outro, como algo que simplesmente faz parte de mim, sem nenhum raciocínio lógico para isso. E ainda assim evoluindo, ainda sim indo. Parar não me apetece.
Como diria minha querida Rebeca Mata "Eu vou andar por aí em dias quentes de sol, não sei se vou voltar, não sei se vou voltar!"
Ou seria melhor em noites úmidas de chuva? (risos de canto) kkkkkkkkkkkk


Vai aqui um vídeo que adoroooooooo!!!!!!!
Mesmo porque, coloco a carapuça do "sou carente sim e daí"!

19.11.09

Porque se você for parar pra pensar...

Há dias tão insanos que você mal pode acreditar que está se passando. Me peguei hoje pensando nisto, nos primeiros trinta e sete minutos do novo dia ainda me sentindo exausta. Alias, ando vivendo algo assim ultimamente e vocês, meus caros leitores devem ter percebido, já que minhas palavras andam acumulando poeira por aqui, mas como a maioria de vocês que me lêem também estão assim, então...whatever.
Enfim, pensando bem acho que "vivendo" nem é a palavra exacta, nem sei se tenho estas pretensões, quem sabe "sendo atropelada" seja um termo mais correto. Atropelada pelos acontecimentos, tão rápidos como vultos. Tão passageiros como o dia. Tão vulgares e brutos. Tão cansativos.
E quando estou cansada, sou mulher, sou bicho, sou homem. Tenho boca pouca para tantos bicos, tenho gritos, tenho fome. Tenho vontades de criar asas e fugir pra longe. Tenho falta, falta de colo. Colo, cama, mesa e banho. Tudo que uma mulher/bicho/homem merece ter.
E ao final do dia, quando a luz se apaga do mundo e as estrelas se acendem (quando tem), você olha para os teus pés... pois mal consegue levantar a cabeça e então você suspira e só se tem vontade de morrer.

Não, nada me aconteceu. Isto não é mais um dos meus períodos depressivos. Só muito trabalho. E o cansaço... consequentemente leva a uma obstinada vontade de fechar os olhos e morrer, morrer para renascer no dia seguinte e morrer de novo e de novo só para ter o prazer de renascer todos os dias.
Mas tudo bem, está tudo bem, enquanto eu consegui sorrir!

É como diz meu caro Renato "Quero colo (...) posso dormir aqui com você?"


*******
E quando tudo se torna igual e novo (tudo ao mesmo tempo), lembro deste filme.
Lindo filme!


31.10.09

De tardinha

“Eu ficaria no esconderijo daquela moradia afastada de tudo,toda preparada para quando o amor chegasse à tardinha,abrindo o portão com seu lirismo natural”(João Gilberto Noll)

Pois é, engraçado como todos vivem a esperar o tal do Amor. Como se isto fosse a razão da vida, ou a emoção da vida. Todos se arrumam, se vestem e se pintam, se formulam em uma caixinha de agradáveis surpresas, prontos e atentos para quando o Amor aparecer na esquina. Mas são tantas esquinas! E maior ainda são os desamores, os desabores.

Então meus caros, digo-lhes que já não espero mas. Uma porque já não tenho tanto tempo para me debruçar sobre uma janela, de olhos abertos a qualquer movimento suspeito de amor. Por isso mesmo esta casa anda vazia, vazia de presença minha. Como sabem sou uma operária e não uma Rainha; e como tal vivo nas ruas, nas casas e matas...alheias e distantes de bocas vizinhas.

Outra porque, tal imagem não convence mas... li certa vez uma frase no livro “A Insustentável Leveza do Ser”, do Milan Kundera, que diz assim: “na frente estava a mentira inteligivel e atrás a incompreensível verdade”. Nada, nada mesmo é o que parece ser. E eu já cansei de achar que a cara do amor era só verdades. Kundera diz que nesse mundo tudo é perdoado por antecipação e tudo é, portanto, cinicamente permitido. Será?

Melhor mesmo é viver. esperar pra quê?

Beijos beijos e beijos

E aí está, o filme que assisti quase que comendo a tela do televisor. huahauahua

O filme em que o livro do Milan Kundera fez-se roteiro. Amo, amo amo!!!!

18.10.09

Porque você me dói


Sabe que o meu gostar por você
Chegou a ser amor,
Pois se eu me comovia vendo você,
Pois se eu acordava no meio da noite
Só pra ver você dormindo, meu Deus...
Como você me doía!
De vez em quando eu vou ficar esperando você
Numa tarde cinzenta de inverno,
Bem no meio duma praça,
Então os meus braços não vão ser suficientes
Para abraçar você
E a minha voz vai querer dizer tanta,
Mas tanta coisa que eu vou ficar calada
Um tempo enorme...Só olhando você,
Sem dizer nada só olhando e pensando:
Meu Deus, mas como você me dói
*
Caio Fernando Abreu
*
Caio não tem minha admiração. Caio tem minhas vísceras. Tem meu fígado. Tem minhas noites torturadas de insónia. Tem meu coração, quase sempre partido em pedaços tortos e doces, de batidas fracas como um código Morse longínquo decifrados em suas palavras.

6.10.09

Love

Mas toda santa vez...nós caímos nessa!
Quando cansaremos?
*
Fuck you!
*

4.10.09

Bruta geografia

Nunca fui boa em geografia. Ou se fui, creio que perdi toda minha capacidade de me encontrar em um determinado espaço. Sem falar-mos de distância então... me perco todinha! Faz tempo que me perdi, faz bastante tempo.
Não entendo, realmente. Talvez seja maluquice da minha cabeça, mas sempre me bateu a vontade de dormir em um lugar e como num passe de mágica, acordar em outro. Hum, não seria bom? Não seria bom se aquele controle remoto que está ao lado da tv, enquanto você está à três metros de distância, deitado no sofá de repente estivesse perto o basante para que você estendesse o braço e pegá-lo? Não seria legal ter aquela pessoa que está tão distante ao seu lado? Não seria bom se o espaço ou a distância se moldasse a gente e não oposto?
A geografia é bruta, meu coração nunca bateu por ela. Sempre sofri por ela.
É ...e você? Se pudesse estar em algum lugar com alguém agora, onde e quem seria?

28.9.09

Sobre chá e torradas

É incrível como apenas um erro pode abalar tantas pessoas. É incrível como a gente pode perder tantas coisas importantes com apenas um momento de loucura. Mas acontece e tudo que temos que fazer é aceitar e pagar de bom grado. E por mais alto que seja o preço do erro cometido, ainda é pouco, mesmo porquê, nós somos responsáveis por tudo que fazemos.
Minha mãe disse para mim uma vez, que tem certas dores que nunca deixamos de sentir, que todo o tempo do mundo pode passar e a gente consegue até esquecer mas, quando lembramos dela não conseguimos deixar de sentir de novo a mesma dor... como se tivesse acabado de acontecer. E agora eu sei bem disto.
É muito difícil manter o equilíbrio quando há dor, perdemos a serenidade e pensamentos inundam nossa mente, fica tudo tão rápido, cheio e confuso. E é nessas horas que procuramos nosso porto, eu ainda tenho a minha mãe e aos meus irmãos e só a eles mesmo, porque também já perdi muitos amigos que simplesmente sumiram nos piores momentos da minha vida. Mas ainda me acho sortuda, fico a pensar em quem nem isso tem, fica nadando querendo atracar mas sem ter onde, flutuando mar afora.
Um irmão e amigo espiritual um certo dia me disse "Nada neste mundo vale nossos desespero" e é verdade, o preço das coisas erradas aumentam quando perdemos nossa serenidade, nossa sanidade. E é só com ela que adquirimos consciência sobre nós mesmo, ganhando a capacidade de julgar a nós mesmo e então agir e maneira correta.
Tudo é uma questão de calma e sinceridade. Só precisamos respirar, inspirar, expirar! Tudo acaba se resolvendo, de uma forma ou de outra. E tudo se fecha, nada no mundo fica inacabado, nada, mas cedo ou mais tarde as coisas voltam para cobrar seu preço.
Tudo deve seguir seu rumo sem interferências como uma sinfonia agridoce.
E assim sigo, calma e em paz. Leve como quem não deve mais nada a ninguém, feliz por agora ser repleta de verdade, tranquila a comer torradas com chá num fim de tarde de pagamento de contas.

23.9.09

Fones de ouvido

“Não se vence os sentimentos pela demora; se vence pelo esgotamento das sensações, quando já não mais desejamos provar, do caju doce, ou da doce desgraça”.
Henrique de Shivas
Eu desejo tudo isto
Isto que toco, isto que provo
Eu desejo toda essa dança
Frenética de lábios e corpos
Mantenho a placidez
E rastejo no desconhecido
De unhas e poros
As vezes tudo aprovo
As vezes nada me apropria
*
Vivo sempre pelo meio
Em cima de trilhos
Entre verdades e sonhos
Entre facadas e seios
Entre pais e filhos
*
Eu já andei por estas terras
E já conheci todas as pessoas
Já provei de todos os gostos
Cores, ardores, amores, rostos
Nada me surpreende
Nada mais me assusta
E me sinto velha demais
Velha menina murcha
Para dispensar um pouco de paz
***
Desejo mesmo é subir bem alto, deitar em algum lugar calmo com meus fones de ouvido e nua, curtir uma música jovial.


14.9.09

Ligações alheias

Considerando o fato que adoro cúmplices, vivo a falar da minha própria vida de uma forma ou de outra. Minha rotina virou uma poesia cotidiana de melô um tanto monótono. Me peguei no telefone ontem, detalhando fatos que deveriam ser implícitos para quem não interessa dizer agora. Enfim, fiquei a pensar que talvez um outro jeito de falar fosse melhor para descrever a minha eterna série de "passa o lencinho que quero chorar" ou "cala a boca e abaixa a bermuda" ou tantas outras que não interessa citar aqui.
Para quem me conhece de outros blogs sabem que nem sempre escrevo assim. Aí veio a questão. Ou melhor o desejo de opiniões...e aí vai:
1) Se você prefere poemas, poesias e prosas... disque 1
2) Se você acha bom do jeito que tá sem mudar nada... disque 2
3) Se você acha que o legal mesmo é misturar tudo... dique 3
4) Mas se você acha que o melhor é deixar fluir não importando o que vir ... dique 4
5) Todavia, se você acha que tenho que parar de encher a vossa santíssima paciência e começar a postar coisas mais decentes não importando a categoria... disque 5.
6) Contudo se você acha que devo sair da net e procurar o que fazer... bem você tem toda razão.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
beijos

12.9.09

Evidentemente que sim

Pois então, é verdade, nada mais óbvio do que eu e minha vidinha. Estava a perceber tamanha clareza do que sou. A mesma, igual a todo mundo...e eu que me achava diferente.
Huhauahuahauahuahau (of course que não! risos irônicos)
Não, a verdade é que (quase) nunca consigo fugir dos almoços em família, apesar de tentar desesperadamente, assim como alces fogem de leões famintos. Sim, lá vou eu, novamente. E como filha ausente que sou, lá vou eu com um presentinho na mão e uma cara de bunda sem graça daquelas que sorri querendo não está ali. E então...tchan tcha tchan tchan! Simmmmm, os velhos e tão atuais comentários demoraram a chegar mas finalmente chegaram.
Na mesa com a minha “casta” e amável família, da qual não carecia apresentações da “caçulinha”, escutei: “mas já ta ficando velha essa menina! Ainda não casou não, nem quer? É… trabalha demais. Imagine, não quer filhos. Vive sozinha, a pobre, cheia de gatos. Nem medo de fantasma tem!”.
E é evidente que eles não precisam de respostas. Nem mesmo a minha súplica desesperada desejando reverter a situação com um "mas eu tenho medo de fantasmas sim". Pobre de mim, de tão óbvia que sou. Tão esteriotipada que sou, a mulher dos gatos. C'est la vie!
Ah! Me deixem. E é por isso mesmo que recuso os seus desafios, dou de ombros e continuo a trabalhar muito, a comer além da sensação do suficiente, a desfrutar de pequenos porres noturnos, a ler Clariçe e ouvir Cazuza, a beber café como se bebe água, a dormir tarde e acordar cedo, a transar numa frequência invejável, a comprar 7belo, a dormir no buzu, a chorar no cinema, a sorrir por coisas idiotas, a encher o saco com tantas portas.
Tudo tão óbvio, não vê? Não consegue vê?
Me poupe! Estou velha demais para ensinar.
Estou cansada deste cabaré bordado de tantas convenções!

8.9.09

Sobre Lírios e organizações diversas


Hummmmmmmmmmm
Hoje eu limpei a casa.
Meio contra a minha vontade, mas limpei. Estava frio.
Pus os pés no chão, pus os pés e as mãos em água fria... mas limpa.
Limpei a casa. Minha bela casa branca e limpa.
Cheiro de lírios.
Cheiro de vida em ordem.
É o mesmo cheiro de lençóis limpos e assoalho brilhando.
Cheiro e cheio de delírios
Na segunda, tudo lustra
Na quarta, tudo opaca
Na sexta, o caos novamente.
Vida em ordem dura pouco!
E provavelmente...muito possívelmente
Na próxima segunda não haverá faxina!
Coisas de boa menina!


E ainda sonhei com alguém a me gritar "Vem cuidar, vem cuidar dos lírios!"
Como se eu tivesse tempo para jardinagem!
Ou para desafios diversos...
Huahuahauhauahauhauhauahauhau
Que meda!

4.9.09

Que seja doce

“Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo. Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante”.
Caio F. Abreu

Para continuar...que seja doce!

31.8.09

Brindemos aos nossos defeitos

Falemos sobre os nossos defeitos! Mesmo porque, nada é mais justo do que falar sobre aquilo que todos preferem esquecer, nossa amnésia seletiva, nossa cegueira tão convencional. Como seria bom se a gente conhece-se primeiro os defeitos e só depois a beleza. Seria ótimo se primeiramente fosse apresentada aquela gaveta lá no fundo, escondida, com nossas coisas feias e erradas guardadas. Talvez assim, quando falássemos "quero você", seria um quero você mesmo, mesmo assim, seria como um quero você ainda assim, dessa forma que eu te quero. Seria ótimo ouvir, seria ótimo ser verdadeiro assim. Sem surpresas futuras, sem mentiras, sem decepções.
Mas não, primeiro nós abrimos nossas plumas mágicas e coloridas de pavão, dançamos placidamente, expomos nossas ideias, nossas virtudes, nossas belezas, nossos inúmeros lustres. Esbanjamos olhares e bocas e mãos e gestos. Nossa voz sai suave e bordam as palavras de creme e limão. Mas depois as plumas se recolhem, a imponência se encolhe e ficamos frágeis e pequenos. E eu me pergunto: Não seria melhor aceitar o pouco desejável antes, as fraquezas, o questionável e só depois nos surpreendêssemos com lindas plumas?
Eu diria: "Venha cá, senti-se aí, preciso lhe falar." Primeiro uma dose de whisky, não para embedar, ele precisaria estar lúcido para ouvir o que digo, mas só para relaxar. E eu diria: "aqui está a minha gaveta, olhe bem para dentro dela".
Eu sou extremamente preguiçosa, só funciono no tombo, sob pressão. Demoro a acordar, por isso sempre coloco o despertador uns 15 minutos antes a hora que devo levantar. E ainda passo as primeiras horas do dia como se ainda não tivesse acordada. Na TPM fico num mau humor horrível e isso quando eu não choro e acho que o mundo foi criado para me esmagar. Como o que tiver na mesa, se for pouco, como pouco, se for muito pode ter certeza que como tudo. E muitas vezes me dou mal por causa disso. Sofro de asma, rinite, sinusite e mais um monte de afecções respiratórias alérgicas. Ou seja, aquele acampamento que você marcou há meses e estava super empolgado vai acabar em um hospital caso seja no inverno, ou aquela casa de praia que você juntou todo salário do mês para pagar vai acabar no mesmo lugar caso ela esteja fechada por muito tempo.
Se eu ficar em casa o dia inteiro, eu vou estar de pijama, os mais infantis e cheios de babadinhos possíveis e caso você quiser falar alguma coisa sobre, poderá ser atacado por algum objeto não identificado. Sou super dengosa, e a depender dos hormônios vou chorar algumas vezes e não me pergunte, nem eu sei o porque e se sei é por algum motivo não justificado. Sou ou tento ser o máximo recíproca, assim, se eu achar que você não está me dando bola hoje vou te privar da minha presença durante uma semana, para ver se você me dá mais valor. Não leio manuais de instrução, não assisto novela, odeio jogo de futebol. Sou viciada em café, mas já estou parando. Tenho tiques nervosos em canto de boca e as vezes sou tão banal quanto a Amelie.
Tenho pesadelos horríveis a noite e com certeza me agarrarei em você até você sentir falta de ar ou sentir que seu corpo vai necrosar. E caso eu tenha assistido algum filme de terror, qualquer que seja, desde bonequinhos de macacão azul, ou menininhas feias descendo escadas fará com que eu necessite de sua companhia para qualquer cômodo da casa durante a noite. Vivo tropeçando pela casa e adoro ouvir música alta, adoro cantar e dançar e isso, pode crer, é um defeito vindo de mim. Amo ler e não me atrapalhe se não quiser levar umas grosseirias para casa. Meu guarda roupa é hiper bagunçado e isso se espalha pela minha cama, cadeira, escrivaninha e todo quarto. Esqueço compromissos, esqueço a louça na pia, esqueço de limpar a areia do gato. Odeio salto e maquiagem, gosto de coisas fáceis de tirar (isso faz mais parte da preguiça do que qualquer outra coisa).
Morro de frio, nasci com frio, sou teimosa, tenho joelhos tortos e doloridos. Vou dizer eu te amo, todos os dias, muitas vezes ao dia. Vou planejar a vida com você, mesmo que essa vida nem exista. E vou morrer de tédio as vezes e nem vou te ligar quando isso acontecer, mas passa.
E se você pensa que acabou, lei do engano. Tem muito mais, muito mais. Talvez seja por isso que as pessoas prefiram mostrar logo suas plumas...muito mais fácil e bonito.
Mas... que nada, quem disse que a vida é fácil. Quero me apaixonar por gavetas escondidas.
Quero brindar pelos meus defeitos, mesmo porque minhas qualidades são poucos que dão algum valor. E se for para me querer, então que me queira ainda assim.

29.8.09

Outra dose

Hoje eu acordei com um gosto estranho na boca
Estranho mesmo seria se eu não tivesse acordado assim...
Depois de tudo que foi dito no dia anterior
As palavras tem gostos distintos e algumas teimam a não sair da boca
O café preto e quente que tento me desvencilhar faz tempo, apareceu na minha frente... logo hoje!
E eu, meio que aflita com o tal gosto impregnado em meus lábios, o bebi aos goles... lentos
Nem assim adiantou... quem sabe uma outra dose

A verdade é que devo ser de um outro tempo. Talvez tenha ocorrido alguma falha durante a minha viagem de encarnação, com certeza o meu voo atrasou. Não me encaixo agora!
Vivo, sim eu vivo e bem. Um outro dia o zelador do prédio onde moro me perguntou: Quem cuida de você?; e eu meio que estranhando a pergunta, respondi: Eu cuido de mim!. E ele me respondeu que eu deveria ter chamado ele para me ajudar numa briguinha de vizinhas que rolou até dedo roxo, e ele ainda completou "para que você acha que estou aqui?". E eu fiquei a pensar "não é que ele tem razão", "porque eu não o chamei?", o fato é que essa ideia nem me passou pela cabeça. Estranho o costume da auto-suficiência, logo eu, logo eu que não sou desse tempo. Talvez se eu tivesse chamado o tal do "zela-dor" haveria menos dedos pressionados em portas de elevadores.
Engraçado mesmo eu não chamar, logo eu que desejo tanto alguém que zele por mim. Sim, não me chamem de careta, já falei não sou deste tempo, eu acredito em gentilezas e carinhos sem segundas intenções. Acredito no amor, mesmo depois de tantas mentiras. Acredito na sinceridade, na cumplicidade, mesmo depois de tantas ilusões. Quero alguém para envelhecer comigo... mesmo depois de tantos já terem passado por aqui... (risinho)
As vezes fico me perguntando se realmente existe o meu tempo... muitas vezes acho que não. Mas tenho certeza que o agora, com certeza, não é o meu tempo, agora tudo ou é mentira ou não é...simples assim. E então, a gente tenta viver com isso e bem, mesmo porque, isso é uma necessidade, é preciso viver bem se não ... não vale. Daí criamos a tal da carapaça e viramos auto-suficientes... como se isso fosse completamente bom. E passamos para nossa lista de prioridades que não há nada além de nós mesmos... e começamos fingir que está tudo bem enquanto estamos gritando por dentro... tão plácidos quanto manequins, tão frios quanto.
Pior que estamos tão acostumados a este grito que acabamos por realizar uma inibição neurológica, a dor persiste mas não a ouvimos mas e dai não chamamos mas o zelador. E não é para isso que ele existe, parar zelar a dor? É incrível nossa capacidade de adaptação ao que é ruim. (risos soltos)
Fico a me perguntar "onde está... as gentilezas de outrora?", "onde foram parar aquelas verdades tão pessoais que as vezes nos pegávamos falando, como se fosse um prolongamento das batidas do coração?". Onde está aquele namoro de dicionário*? É... se não deu certo com ninguém que dizia me querer para sempre, quem sabe então, dá certo com quem diz viver bem sem mim.
Talvez esteja precisando de uma outra dose de café!
____
* Namoro de dicionário = cortejar, cativar, seduzir, atrair, cobiçar, desejar ardentemente, empregar todos os esforços para obter; (gir.) ficar; int. andar em galanteios; p. torna-se enamorado, ficar encantado, possuir-se de amor, apaixonar-se.

21.8.09

Simples assim

Acordei, apenas isto. Pensei em dormir de novo, quem dera ser feita de sonhos como dizem que somos, mas não... lá fora tudo me chamava, os roncos dos carros, o calor do asfalto, o compromisso. Tive que ir, simplesmente. Voltei tarde, como quase sempre. Quase mesmo!
Acordei com medo do meu ódio civilizado. Descobri que isso é essencialmente rancor. Segui a manhã desconfiando dos que resolvem tudo com uma boa conversa, serenos, compassivos, com a calma de um obtuário distante. E alguém um dia disse que somos feitos da mesma matéria dos sonhos. Risos!
Sim, resolvi alguns pontos. Uma vida cheia pede uma agenda, assim como um coração apertado pede soluções. Assim, vomitei na agenda soluções para o próximo dia, ano, século, milénio.
Primeiramente devo me convencer que preciso trabalhar para viver e não viver para trabalhar. Devo cair na real e comer só o suficiente. E tirar certos vícios, o café, os lixos... mentais. Sorrir em abundância. Entender que nunca mais vou fazer alguém terminar o namoro por mim, basta. E parar de ser enganada tão facilmente. Nem mentir, nem ser nada menos ou nada mais que eu, simplesmente. Silenciar, ouvir, cantar, sorrir (tudo mais). Descansar! Abandonar sentimentos antigos e pesados, abrir espaços para sentimentos novos e leves, mesmo que sejam breves. Amar!
Como é bom amar!
Nossa! Muitas vezes apetece ter uma gaveta onde guardar pessoas especiais, que nos tratam com delicadeza, que suavizam nossos azedumes, nossas emoções levianas ou descontroladas. Na verdade, apetece sempre. Muitos chamam isso de egoísmo. Dane-se!
Melhor mesmo é tomar banho de chuva... pra relaxar!
*
Sam

17.8.09

Para meu bem


Sonhando…
(Florbela Espanca)

É noite pura e linda. Abro a minha janela
E olho suspirando o infinito céu,
Fico a sonhar de leve em muita coisa bela
Fico a pensar em ti e neste amor que é teu!
D’olhos fechados sonho. A noite é uma elegia
*
Cantando brandamente um sonho todo d’alma
E enquanto a lua branca o linho bom desfia
Eu sinto almas passar na noite linda e calma.
*
Lá vem a tua agora… Numa carreira louca
Tão perto que passou, tão perto à minha boca
Nessa carreira doida, estranha e caprichosa
*
Que a minh’alma cativa estremece, esvoaça
Para seguir a tua, como a folha de rosa
Segue a brisa que a beija… e a tua alma passa!…
***

17.7.09

O futuro é nestante


Um final de semana para colocar coisas nos seus devidos lugares, organizar armários, gavetas...
Uma segunda-feira para revisitar impressões subterrâneas, descobrir memórias que eu nem sabia que tinha...
Uma semana de muito trabalho e uma terça-feira de coisas para SENTIR, já que no fundo, bem no fundinho, apetecia-me hibernar!
22:47h! Hã????? Hein????