23.9.09

Fones de ouvido

“Não se vence os sentimentos pela demora; se vence pelo esgotamento das sensações, quando já não mais desejamos provar, do caju doce, ou da doce desgraça”.
Henrique de Shivas
Eu desejo tudo isto
Isto que toco, isto que provo
Eu desejo toda essa dança
Frenética de lábios e corpos
Mantenho a placidez
E rastejo no desconhecido
De unhas e poros
As vezes tudo aprovo
As vezes nada me apropria
*
Vivo sempre pelo meio
Em cima de trilhos
Entre verdades e sonhos
Entre facadas e seios
Entre pais e filhos
*
Eu já andei por estas terras
E já conheci todas as pessoas
Já provei de todos os gostos
Cores, ardores, amores, rostos
Nada me surpreende
Nada mais me assusta
E me sinto velha demais
Velha menina murcha
Para dispensar um pouco de paz
***
Desejo mesmo é subir bem alto, deitar em algum lugar calmo com meus fones de ouvido e nua, curtir uma música jovial.


3 comentários:

Chico disse...

Também tem 6 opção por aqui?

Priscila Povoas disse...

Desejos... Não os reprima.

Unknown disse...

...
-Linda poesia, simplesmente assim.