QUASE fui assaltada hoje. No mesmo lugar em que QUASE já fui assaltada outras duas vezes. O lugar é perigoso sim, mas se tornou imprescindível eu passar por ali. Fato é que tomo cuidados "paliativos" (riso técnico hihi) para que nada aconteça, mas dentre anos sempre acontece alguma vez. E hoje, curiosamente, foi uma delas.
Confesso, realmente, eu relaxei. Logo hoje, que acordei de uma noite mal dormida, de sonhos tão turbulentos, não olhei, não vi, nada além de escada. Acordei com tantos pensamentos que em todo caminho só olhava para dentro de mim mesma, o que estava fora... somente passava.
Distraída que sou não vi, pior, nem percebi aquele estranho. Na direção oposta.
E deve ter sido por isso também, as dezenas de pensamentos contidas em mim, que não ouvi a primeira coisa que ele me disse. Desconfio, sim, penso que talvez fosse "passe o celular" ou "passe a carteira", algo tipo, são sempre tão iguais. criatividade que é bom, nada. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a segunda parte, que ouvi mas não acreditei.
E então ele falou que era para eu dar alguma coisa a ele se não ele iria encher a minha cara de bala linda. Não, não escrevi errado, ele falou assim mesmo "ou vou encher sua cara de bala linda", isso tudo sem virgula, sem concordância, sem nada, nem entonação tinha. E foi isso que piorou tudo, porque não me contive e fiquei olhando para ele e pensando no que ele disse, nas possíveis interpretações.
Ou ele achava minha cara linda e iria enchê-la de bala, ou minha cara ficaria linda depois dele tê-la enchido de bala ou ainda e a mais provável que ele iria encher minha cara de belas balas, se é que existe isso, para mim bala é tudo fatalmente igual. O engraçado de tudo isso é que, apesar de tudo ter acontecido muito rápido, eu devo ter feito uma bela cara interrogativa. Se fosse desenho animado talvez tivesse até subido interrogações em cima da minha cabeça. E eu creio, que ele deve ter percebido porque nestes poucos segundos que fiquei tentando decifrá-lo notei a tentativa dele em repetir o discurso. Mas foi em vão, um homem vinha vindo por trás dele e ele desistira de encher minha bela cara de balas, sim, porque é claro que decidi interpretar como um elogio.
Fato é que depois de tudo fiquei a pensar: Nossa, até para assaltar devemos ter o mínimo de gramática! Dá próxima vez que me esbarrar com ele eu vou dizer "Vá aprender português antes de vir me assaltar" ou "Vá aprender português antes de assaltar pessoas que pensam demais".
Pensar é um vício, sem fim. Ele cicla e vai se renovando. Após o assalto, o ônibus que tive que correr para pegar. E ai mais pensamentos "se eu não tivesse pensado tanto no assalto, talvez tivesse dado tempo de pegar o ônibus e não ter que ficar pensando em meus joelhos".
Afe! São tantos pensamentos!
*****
Aí está, o único assalto aceitável. hehe
Um lindo filme, um lindo roubo.
Adoro!!!!!
Confesso, realmente, eu relaxei. Logo hoje, que acordei de uma noite mal dormida, de sonhos tão turbulentos, não olhei, não vi, nada além de escada. Acordei com tantos pensamentos que em todo caminho só olhava para dentro de mim mesma, o que estava fora... somente passava.
Distraída que sou não vi, pior, nem percebi aquele estranho. Na direção oposta.
E deve ter sido por isso também, as dezenas de pensamentos contidas em mim, que não ouvi a primeira coisa que ele me disse. Desconfio, sim, penso que talvez fosse "passe o celular" ou "passe a carteira", algo tipo, são sempre tão iguais. criatividade que é bom, nada. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a segunda parte, que ouvi mas não acreditei.
E então ele falou que era para eu dar alguma coisa a ele se não ele iria encher a minha cara de bala linda. Não, não escrevi errado, ele falou assim mesmo "ou vou encher sua cara de bala linda", isso tudo sem virgula, sem concordância, sem nada, nem entonação tinha. E foi isso que piorou tudo, porque não me contive e fiquei olhando para ele e pensando no que ele disse, nas possíveis interpretações.
Ou ele achava minha cara linda e iria enchê-la de bala, ou minha cara ficaria linda depois dele tê-la enchido de bala ou ainda e a mais provável que ele iria encher minha cara de belas balas, se é que existe isso, para mim bala é tudo fatalmente igual. O engraçado de tudo isso é que, apesar de tudo ter acontecido muito rápido, eu devo ter feito uma bela cara interrogativa. Se fosse desenho animado talvez tivesse até subido interrogações em cima da minha cabeça. E eu creio, que ele deve ter percebido porque nestes poucos segundos que fiquei tentando decifrá-lo notei a tentativa dele em repetir o discurso. Mas foi em vão, um homem vinha vindo por trás dele e ele desistira de encher minha bela cara de balas, sim, porque é claro que decidi interpretar como um elogio.
Fato é que depois de tudo fiquei a pensar: Nossa, até para assaltar devemos ter o mínimo de gramática! Dá próxima vez que me esbarrar com ele eu vou dizer "Vá aprender português antes de vir me assaltar" ou "Vá aprender português antes de assaltar pessoas que pensam demais".
Pensar é um vício, sem fim. Ele cicla e vai se renovando. Após o assalto, o ônibus que tive que correr para pegar. E ai mais pensamentos "se eu não tivesse pensado tanto no assalto, talvez tivesse dado tempo de pegar o ônibus e não ter que ficar pensando em meus joelhos".
Afe! São tantos pensamentos!
*****
Aí está, o único assalto aceitável. hehe
Um lindo filme, um lindo roubo.
Adoro!!!!!