25.11.09

Dias de sol


Que me perdoem os dias de sol, mas não estou adaptada a vida solar. Muita luz sempre me deu agonia nos olhos, me doem as vistas e me cegam para as pistas que ando a procurar. E outra que muita luz sempre me fez pensar em clareza de raciocínio, em palavras abertas e segredos contados. Não, não tenho nada contra a sinceridade, nada mesmo. Mas existem palavras e segredos que melhor mesmo é se manter no escuro, existem coisas que nada é tão apropriado quanto um breu. Além de existirem alguns raciocínios que são feitos para ficarem obscuros. Daqueles que você pode dar dezenas de possibilidades para explicá-los, e então você adapta para o que melhor lhe convir no momento. Estes sim me abrem os olhos e o sorriso, é claro. (risos)

Ou seja, resumindo a ópera, a escuridão lembra a noite que lembra os amores, ou melhor, os amantes, os que amam, juntos ou sozinhos, os que sofrem, os que lutam e os que dormem, os que declamam poesias e também os solteiros inveterados que amam a casualidade, mas também os que amam e se entregam, lembra os pecados. Ah! Os pecados! Me lembro como hoje meu primeiro pecado, meu primeiro beijo. (nossa eu já fui cada um destes!)
Meu primeiro beijo, digo-lhes, foi em minha sobrinha. Eu devia ter uns 11 anos e ela uns 7. Calma, não tenho tendências a pedofilia, meninas de onze anos, na minha época, ainda eram crianças, brincavam de boneca e tinham cabeçinhas ingênuas tanto quanto as de sete. E assim foi, como uma brincadeira, sem a menor intenção de invocar o pecado da luxúria. Enfim, foi algo ingênuo sem muita noção do que estava sendo feito. Contudo, pecar não é constrangimento para ninguém, mas explicar o pecado... ah sim! este leva a muitos constrangimentos (Como diaria meu caro Fabrício Carpinejar). E foi justamente o dia que eu expliquei (e não o dia que pequei) que me fez conhecer o duro significado do pecado. O qual ouvia sofridamente na voz de minha mãe que me citava a bíblia.
É claro que a ideia de ir para o inferno não é assim uma coisa muito agradável de se pensar, principalmente quando se é criança. E pensando bem, deve ser por isso que só voltei a beijar uns sete anos depois...tá, cinco anos depois. Fato, é que hoje em dia fico a me questionar, qual mal de duas crianças se beijarem, não havia pudor, nem sexo (gênero), nem pecado, havia curiosidade de criança, aquelas que todos os filósofos admira e recomenda, mesmo depois de adulto.
Mas sabe, hoje em dia pouco sofro com isso. Não que eu não peque, mas simplesmente não me arrependo. A não ser que tenha prejudicado alguém, fora isso, até que aproveito muito deles. Do tipo que "sem a nada nem a ninguém prejudicar, faço o que desejar". Os pecados capitais mesmo, tem alguns que faço questão de praticar diariamente. Talvez fique constrangida um dia ao contar, fora isso, não sou eu que vou carregar correntes.
Não me culpo por não atender o desejo dos outros, não me culpo por atender o desejo dos outros (risos). Não me culpo por não me enquadrar, não me culpo por não concordar, não me culpo pelos meus passos de tango enquanto todos dançam valsa (odeio valsa). Não me culpo por ser quem eu sou. Me sentiria culpada talvez se eu fingisse que não os tenho comigo, todos eles, todos os pecados, hora um hora outro, como algo que simplesmente faz parte de mim, sem nenhum raciocínio lógico para isso. E ainda assim evoluindo, ainda sim indo. Parar não me apetece.
Como diria minha querida Rebeca Mata "Eu vou andar por aí em dias quentes de sol, não sei se vou voltar, não sei se vou voltar!"
Ou seria melhor em noites úmidas de chuva? (risos de canto) kkkkkkkkkkkk


Vai aqui um vídeo que adoroooooooo!!!!!!!
Mesmo porque, coloco a carapuça do "sou carente sim e daí"!

Um comentário:

Anônimo disse...

É você, ou o que você gostaria de ser??