19.1.10

Não deixa o bolero morrer

Hoje, meus pensamentos me acompanharam até trabalho e ao sair de lá, estavam eles a minha espera, também, como nada nem ninguém nunca faz. Eu suspirei ao vê-los lá a minha espera e agradeci pelo deserto que a rua em que eu trabalho fica às 21 horas, quando eu saio. Isso me dá a liberdade de colocar fones em meus ouvidos e cantar alto para espantar meus pensamentos, tão inconvenientes, tão dolorosos. Deu até, para certos momentos, gemer baixinho sem me preocupar se alguém me ouviria.
Hoje, eu fui desmontada... fiquei em pedaços, em recortes, tentando me lembrar como se respirava, como faria meus pulmões funcionarem bem com mais um buraco em meu peito, tentando me abraçar o máximo possível na tentativa de me manter junta e seria bem difícil não pensar, bem difícil. Certas palavras iam e voltavam em minha cabeça, martelando, insistindo em ganhar vida. Mas não ouso em dá-las voz, não mesmo.
O que eu queria mesmo, agora, era me montar de novo e sei que farei com tempo. Mas tenho medo do vento levar algumas partes de mim, embora. Seria uma pena.
Um pena!

E o que eu posso dizer depois de tudo: Que eu gosto muito de ti!
E o que eu posso pedir depois de tudo: "Não deixa o samba morrer, não deixa o samba acabar"
Vale a pena tentar. "Sempre vale a pena quando a alma não é pequena"

Um comentário:

Priscila Povoas disse...

Cuidado com o escuro ao sair e continue a pensar na vida.
Espero novos textos.

Beijos